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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

GRUPO-EDUCAÇÃO - A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NO CONTEXTO FAMILIAR E SOCIAL

¨Quem abre uma escola fecha uma prisão. ¨
Victor Hugo (escritor- 1802 a 1885)

Família e escola. Ou seria: escola e família. Ou, talvez, família, escola e sociedade. Essa última é a mais abrangente.
(...) a importância da primeira educação é tão grande na formação da pessoa que podemos compará-la ao alicerce na construção de uma casa. Depois, ao longo da sua vida, virão novas experiências que continuarão a construir a casa/indivíduo, enfatizando o poder da família.
São estas questões que merecem, por parte de todos os envolvidos, uma reflexão, não só mais profunda, mas também mais crítica e mais abrangente ressaltando a importância da família. Ao abordar a família ressalto um dos seus principais significados, ou seja, lugar onde estão ou deveriam estar agrupadas pessoas, por afetos, ideais, vontades, cuidados, desejos e, acima de tudo, valorização e participação. A família é a base de todo o processo e a escola o complemento.
As escolas tiveram sua criação, foram fundadas na Europa no século XII. Isso se considerarmos o modelo de escola que temos hoje, com professor e crianças como alunos. Na Grécia antiga as crianças eram educadas, mas de modo informal, sem divisão em séries nem salas de aula. Já na Europa medieval o conhecimento ficava restrito aos membros da Igreja e a poucos nobres adultos. A palavra "escola" vem do grego scholé, que significa, acredite se quiser, "lugar do ócio". Isso porque as pessoas iam à escola em seu tempo livre, para refletir. Vários centros de ensino pipocaram pela Grécia, por iniciativa de diferentes filósofos. As escolas geralmente eram levadas adiante pelos discípulos do filósofo-fundador e cada uma valorizava uma área do conhecimento. A escola de Isócrates, um exímio orador, por exemplo, era muito forte no ensino da eloqüência, que é a arte de se expressar bem. Mas as escolas multitemáticas, que contemplam as disciplinas básicas que temos hoje, como matemática, ciências, história e geografia, só surgiram entre os séculos XIX e XX.
Hoje em dia há a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. Pois é através da participação da escola que se iniciam os primeiros olhares ao grande mundo, é por meio da escola que muitos alunos são beneficiados com as ¨primeiras¨ amizades, nessa estrutura escolar são ¨montadas¨as novas faces do pensar, das regras, dos limites extrafamiliares e da expressão do ëu¨em função do öutro¨, pelo menos deveria ser desta forma. A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade. Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais na execução dos ¨temas¨, das ¨tarefas¨ escolares, complementando o esforço diário dos professores. Infelizmente, são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter uma aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações neste sentido. Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a escola, podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos padrões de estudos esperados e no sentido da cidadania.
Atualmente, os pais devem estar cada vez mais atentos aos filhos, ao que eles falam, o que eles fazem, as suas atitudes e comportamentos. E, apesar de ser difícil, a escola também precisa estar atenta. Eles se comunicam conosco de várias formas: através de sua ausência, de sua rebeldia, seu afastamento, recolhimento, choro, silêncio. Outras vezes, grito, zanga por pouca coisa, fugas, notas baixas na escola, mudanças na maneira de se vestir, nos gestos e atitudes. Os pais devem perceber os filhos. Muitas vezes, através do comportamento, estão querendo dizer alguma coisa aos pais. E estes, na correria do dia-a-dia, nem prestam atenção àqueles pequenos detalhes.
Por vezes, os jovens estão tentando pedir ajuda e, mesmo achando que o filho ultimamente está "meio estranho", muitos pais consideram isso como normal, "coisa de adolescente", vai passar, é só uma fase. Há que se observar estes sinais. Podem dizer muito de problemas que precisam ser solucionados, como inadequação, dificuldades nas disciplinas, com os colegas, com os professores, e outras causas.
Nesse momento entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com os pais, onde o respeito e a capacidade de entender e compreender o outro e o papel de cada um no núcleo social é determinante à convivência e à noção que filhos e alunos terão com os seus próximos ao longo da vida. As simples e básicas reuniões organizadas, serão de grande valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos, pois as trocas de informações e opiniões são essenciais não só à boa convivência, mas também ao conhecimento de particularidades e características que poderão vir a auxiliar ao grande grupo, em sala de aula e na dinâmica familiar. A construção desta parceria deve se dar em conjunto, ou seja construindo um andar onde cada qual irá conviver e participar com o seu tempo, mesmo que este seja diferente do tempo dos outros, pois irá visar, com a proximidade dos pais na escola, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos e a interagir com as dinâmicas de construção do conhecimneto cognitivo, psicomotor, afetivo e social. Muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos os ¨problemas¨ que lhe são passados pelos professores, não estão prontas para isso. Inúmeras vezes é confuso e talvez difícil aos pais e/ou responsáveis, lidar com limitações, dificuldades, inadaptações ao aprender. Faz-se necessária uma conscientização, para que todos se sintam envolvidos neste processo de constantemente educar. É a sociedade inteira é a responsável pela educação destes jovens, desta nova geração. As crianças, jovens e adultos precisam sentir que pertencem a uma família. A família é a base para qualquer ser, não destaco somente a família biológica, também famílias construídas através de laços de afeto. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas respeitarem-se, de construírem algo e de complementarem-se. Através destas relações podemos ou temos a oportunidade de nos tornarmos mais humanos, aprendendo a viver o ¨jogo¨ da afetividade, de modo mais adequado.
Percebe-se que muito tem sido transferido da família à escola, funções que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, entre outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco, e a família atrapalha-se na sua função. Além disso, a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva. A escola que funciona como quintal da casa, segurança, poderá desempenhar o papel de parceira na formação de um indivíduo inteiro e sadio. É, também, na escola que se deve conscientizar a respeito dos problemas do planeta, meio ambiente. Assim há a necessidade de se construir uma relação entre escola e família, onde cada parte execute com compromisso seus deveres e direitos, para que o educando e filho tenha uma educação com qualidade, tanto em casa quanto na escola. A família e a escola formam uma equipe e essa equipe constrói o meio social, expõe as características de determinado grupo.
É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam. Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinjam o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças, jovens e adultos a um futuro melhor.


Ana Lore Scheunemann
Psicopedagôga

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