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sábado, 23 de outubro de 2010

ANGÚSTIA, SAI PRÁ LÁ!

Percebe-se, a cada dia que passa, uma angústia geral de pais, educadores, administradores, mestres, com a situação vivenciada nas escolas de nossas redes de ensino Municipal e Estadual.
Ouvem-se, nas reuniões, para aprimoramento pedagógico ou para definições administrativas, notícias de evasões escolares inexplicáveis, desrespeitos, violências moral ou física, "buling", abusos sexuais e de todos os tipos, dificuldades de inclusões de alunos ditos especiais no sistema regular, falta de estrutura material para funcionamento dos educandários, enfim, situações que chegam às ráias do desespero.
É preciso uma preparação forte para receber-se tal carga de informações. Em não estando preparados sucumbiremos ao desânimo, partindo-se para a desistência do combate.
Ainda ontem, 22/10/2010, a partir das 14 h, em reunião procedida na Promotoria de Justiça, onde foi realizado encontro para assistir-se o filme "Fim da Linha", realizado por projeto social desenvolvido no município do Capão do Leaõ, RS, sob coordenação da Assistente Social Jaqueline Bandeira, e interpretado por adolescentes que participavam do aludido projeto, vislumbrei a presença da angústia que assola os educadores públicos.
O filme nominado foi produzido em 2006, contando a estória que passa por temos como a gravidez na adolescência, a drogadição, a violência física, o tráfico de drogas, a negligência dos pais, dentre outros temas ainda atuais, de forma séria e grave, não deixando de apontar, no entanto, a imperiosa necessidade da crença de que não estamos derrotados, que podemos contruir uma sociedade melhor, mais justa e mais equânime.
O debate efetivou-se no plano de como resolver-se as questões apontadas, os problemas surgidos, brotando, como conclusão praticamente unânime, a necessidade da união de esforços no caminho do estabelecimento de uma realidade adequada ao feliz e bom viver do homem médio, sentindo-se que o individualismo que caracteriza o contexto social atual apresenta-se como o grande mal para o progresso do homem moderno.
Assim, as autoridades constituídas precisam buscar o agrupamento, a associação, a definição de parâmetros comuns de trabalho, e não o agir de forma isolada, pouco sendo gerando-se em termos de resultados eficazes para um nascer de um mundo melhor.
O trabalho realizado em 22/10/2010 partiu de uma idéia nascida dentro do "Grupo Educa-ação", que busca concretar ações coletivas em prol do processo pedagógico.
Sucesso na ação realizada. Auditório lotado, com necessidade de colocação de cadeiras complementares. Presentes professores, Conselheiros Tutelares, Equipe Técnica da FASE, Equipe Técnica do Regime de Semiliberdade, Equipe Técnica do Promotoria da Infância e Juventude de Pelotas, integrantes da Secretaria Municipal de Cidadania, membros do Grupo Educa-Ação, estagiários e funcionários do Ministério Público, dentre outras pessoas. Excelentes resultados foram alcançados.
Debateram o filme o Promotor de Justiça coordenador da Promotoria de Justiça de Pelotas Paulo Charqueiro e a Psicóloga Renata Bauer, com abertura de espaço para o falar de todos os presentes.
Realizaremos outros eventos buscando a união de todos os trabalhadores na seara educacional.
Fica a velha lição do mestre maior. Em sua parábola nominada "O trabalhador de última hora", Cristo, questionado porque o aquele que foi chamado ao trabalho na décima primeira hora, trabalhando, portanto, apenas uma hora do dia, recebeu, em pagamento, o mesmo valor que aqueles que foram ao labor na terceira e sexta horas, disse aos inquisitores que isso era de todo justo, pois não fora ele antes ao trabalho por ter sido requisitado apenas naquele momento, e, quando instado a fazê-lo, atendeu de boa vontade, não se opondo, não rejeitando o chamamento, hipótese em que não mereceria qualquer compensação.
Dessa forma, busquemos trabalhar juntos, acreditemos e nos voltemos, unidos, para laborar em defesa de uma infância e juventude saudável, livre de pressões, das drogas, e da violência, construindo uma sociedade melhor e um mundo mais justo.
Utopia? Talvez, mas sem sonhar não vive.
Creio que estamos no caminho certo, convicção inarredável, e nele seguiremos adiante.

José Olavo Bueno dos Passos
Promotor de Justiça

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