Promotoria Regional de Educação
Pensar
em escrever sobre “Inclusão”, nos faz imaginar sobre algo que “está fora” e que
deveria “fazer parte” ou “estar incluso”...
Quando
falamos sobre o “ser humano”, isto nos traz diferentes idéias e emoções que se
voltam para a seguinte interrogativa: - Quem julga-se com poder suficiente para
determinar que esta ou aquela pessoa deva estar neste ou naquele espaço? Provavelmente alguém, que na sua
incompetência de lidar com as diferenças, os separa e os relega a outros
espaços, desde que não sejam os de sua convivência...
Sabemos
que o processo de “exclusão” se dá, historicamente, através de formas de pensar
e atitudes preconceituosas e , de outro lado, sendo também fruto do (des)amparo
frente ao sentimento de impotência vivido em algumas situações.
Podemos
entender que a angústia, a falta de conhecimento, de serviços e profissionais
suficientes para atendimento e articulação da rede são aspectos que engessam
e/ou impedem muito dos procedimentos necessários na área da saúde e educação.
Pertencer
a uma minoria social significa evocar olhares e barreiras atitudinais, muitas
das vezes, ocorridas veladamente, o que não descaracteriza o processo de
violência estabelecido nesta relação.
O
tema “Inclusão” vêm sendo trazido de forma mais veemente nas questões pedagógicas,
quando uma criança com necessidades especiais ingressa na escola e consigo,
carrega uma história de muita frustração e “portas fechadas” em relação aos
atendimentos de que precisa e que, até o momento, não obteve. Estas crianças
chegam com uma “orientação de fracasso” tão grande, que desconstruir este
processo, constitui-se num dos maiores desafios dos educadores. Trabalhar com
as potencialidades de cada um deve ser o foco de todo o processo pedagógico,
dentro da perspectiva inclusiva. Diferentes espaços são necessários para o
atendimento de pessoas com deficiências ou necessidades especiais, cada qual
com o seu objetivo e função. O que deve ser importante nesta caminhada não é o
tipo de local, mas a que ele serve...ou seja, que trabalhe em favorecimento da
autonomia do sujeito, numa perspectiva de transitoriedade , de forma que o mesmo possa usufruir do espaço social a que tem direito. Durante décadas, ouvimos falar no quanto as pessoas que
apresentam algum tipo de deficiência foram segregadas a espaços depositários,
esquecidos de qualquer forma de convivência com seus pares e sem a participação
em escolas regulares de ensino. A própria evolução dos conceitos e marcos
legais sobre estas questões, não garantem que o processo de inclusão aconteça.
Ainda, mesmo com ampla discussão e divulgação destes temas, acrescido da
legislação vigente, nos deparamos com
atitudes discriminatórias na rede de ensino. Sabemos que a construção do processo de inclusão se dá de forma
gradativa, na medida que a situação se apresenta e, que cada caso deve ser
visto e refletido em suas necessidades. Trabalhar com as diferenças sempre se
constituiu uma necessidade, pois a diversidade é característica dos seres
humanos. A Educação necessita rever seus
conceitos, suas metodologias para que possa atender o aluno “real” e não a
“idealização” de grupos formados na mente do educador, durante o seu curso de
formação.
Trabalhar dentro
de uma perspectiva inclusiva nada mais é
do que garantir o direito à vida comum para
cada sujeito, através de sua participação na coletividade de que faz
parte, direito este, previsto na própria Constituição. É, antes de tudo,
obedecer a critérios mínimos da “Ética Humana”, de aceitação do seu ser em sua
integralidade, para que a sociedade possa se enriquecer com as diferentes
formas de estar, pensar e ser neste mundo.
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